[vc_row rt_row_background_width=»fullwidth» rt_row_content_width=»default» rt_row_style=»default-style» rt_row_height=»» rt_row_borders=»» rt_row_shadows=»» rt_column_gaps=»» rt_row_paddings=»true» rt_bg_effect=»classic» rt_transparent_bg=»» rt_bg_image_repeat=»repeat» rt_bg_size=»cover» rt_bg_position=»right top» rt_bg_attachment=»scroll» rt_bg_video_format=»self-hosted»][vc_column rt_col_paddings=»true» rt_wrp_col_paddings=»false» rt_column_shadow=»» rt_border_top=»» rt_border_bottom=»» rt_border_left=»» rt_border_right=»» rt_border_top_mobile=»» rt_border_bottom_mobile=»» rt_border_left_mobile=»» rt_border_right_mobile=»» rt_bg_image_repeat=»repeat» rt_bg_size=»auto auto» rt_bg_position=»right top» rt_bg_attachment=»scroll»][vc_column_text]Cantamos la tragedia que tuvo lugar en habitaciones olvidadas e inaccesibles de la torre de los Cáceres Andrada, que llamaron nuestros abuelos de Espaderos para recordar la muerte hace siglos de dos jóvenes amantes, cuya pasión enloqueció al padre de ella, un noble señor de las armas ambicioso y arrogante en busca de una gloria que truncó el amor de su hija con un joven de inferior posición.
Naqueles tempos, a vila de Cáceres estava dividida em facções opostas, sendo a honra e a coragem dos nobres moedas de troca muito apreciadas. Só a chamada do Rei para combater os muçulmanos os uniu, trazendo momentos de paz a ruas muitas vezes banhadas em sangue.
De todos os cavaleiros, destacava-se o magnífico senhor de Cáceres Andrada, excelente mago, mestre na arte da guerra, respeitado por amigos e inimigos. A sua reputação de hábil, duro e implacável chegou aos ouvidos de Henrique IV, que o convidou, juntamente com os melhores do seu exército, a combater num torneio que organizou para medir a força dos seus homens. Alimentando o seu ego insaciável e com o objetivo de conquistar a admiração do monarca, confiante de que sairia vitorioso do evento, o natural de Cáceres contratou os serviços de um jovem e hábil espadachim, que tinha a reputação de ser o melhor no seu ofício, e encarregou-o de fazer a mais bela e magnífica arma com a qual pudesse maravilhar a Corte.
Enquanto aguardava o tão esperado dia, dedicava o seu tempo, viúvo como era, à sua única filha, uma bela donzela com quem pretendia engrandecer a sua posição através de uma ligação lucrativa. Para que a sua ambição não fosse estragada, mantinha-a afastada da azáfama do tempo, dentro das fortes muralhas do palácio, desconfiando dos seus companheiros de armas, que, quando o visitavam, não escondiam os seus olhos brilhantes dos progressos de saúde e beleza da jovem, que assim ganhava uma justa reputação como uma das mais belas de Cáceres.
Mas o amor apresentou-se da forma mais inesperada e cruel para tais pretensões. A clausura ingrata facilitou que os dardos da paixão percorressem livremente as salas do palácio, e um deles atingiu o coração da jovem, que começou a suspirar pelo espadachim, que, seguindo as ordens do poderoso senhor, vinha todos os dias mostrar-lhe os seus progressos na arma. Pouco a pouco, nas ocasiões que os fugazes momentos permitiam, trocavam olhares ardentes, os olhos gritando o que os corpos tinham de silenciar para não despertar a ira do pai.
Chegou finalmente o grande dia das justas e o fidalgo de Cáceres apresentou-se com as suas melhores roupas e com a sua fabulosa e reluzente espada, levando consigo um grande séquito em que se destacava a sua filha, que tinha também o espadachim como seu camareiro. Durante o torneio, o nobre deslumbrou toda a gente, conquistando o apreço do rei. Para além das suas vitórias, a jovem donzela foi também unanimemente aclamada pela sua delicada beleza e foi recebida por muitos cavaleiros, cujos pedidos inspiraram ao nobre o desejo de melhorar a sua linhagem.
Entusiasmado com o dia próspero, acedeu ao pedido do monarca para iniciar uma nova operação contra os muçulmanos. Ansioso por entrar em ação, confia a donzela aos cuidados do espadachim quando regressa a Cáceres com o resto da sua comitiva, sem sequer pensar que havia algum perigo em fazê-lo, tendo depositado a sua confiança no homem cuja boa ação tinha sido um dos artífices da sua glória. Aliviados no caminho da estreita vigilância paternal, finalmente trocaram-se belas palavras entre os jovens e, sem qualquer outro cuidado, entregaram-se à paixão que sentiam.
Mas o romance, sem o saberem, que não conhece tempo nem lugar, foi a causa dos atrasos na viagem de regresso. E o que era felicidade infinita transformou-se em tragédia.
O pai, tendo terminado com êxito a breve escaramuça, regressou a casa. Avistando ao longe as torres da cidade de Cáceres, surpreendeu-se ao ultrapassar a comitiva, que deveria ter chegado há dias ao seu destino, mas que, no entanto, se encontrava encalhada e ociosa a vários quilómetros de distância. Surpreendeu os amantes com palavras de amor e de futuro e, enraivecido, agarrou no espadachim e conduziu-o ao seu palácio, atirando-o para as masmorras nas profundezas da torre.
Enlouquecido pelo ultraje, submeteu-o a cruéis suplícios, recorrendo a todas as torturas possíveis para o fazer confessar a extensão da sedução, ao que só obteve a mesma resposta: a honra da filha tinha sido respeitada. Na sua loucura, o mestre ignorou e redobrou os seus esforços na sua infame dedicação.
Um dia, a filha, aproveitando-se de um descuido do pai e dos criados que o ajudavam, conseguiu aceder à cela onde o jovem espadachim estava a morrer. Abraçou o seu corpo mutilado, chorando e gritando o horror e a crueldade a que tinha sido sujeito, mas teve tempo de ver como ele sorria e exalava o último suspiro de alegria nos braços do seu amor. A dor era tão intensa que, no abraço, ela também morreu de tristeza.
Quando souberam do desfecho fatal, houve cavaleiros que mataram o pai orgulhoso e delirante e, para memória eterna desta história, mandaram demolir o palácio, salvando a torre, que ainda hoje se ergue para o céu como lembrança de que, nas suas entranhas, jazem eternamente abraçados os corpos dos que morreram por amor.
José Luis Hinojal Santos
caceresensuspiedras.com
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