Lenda do macaco

2 de julho de 2020

[vc_row rt_row_background_width=»fullwidth» rt_row_content_width=»default» rt_row_style=»default-style» rt_row_height=»» rt_row_borders=»» rt_row_shadows=»» rt_column_gaps=»» rt_row_paddings=»true» rt_bg_effect=»classic» rt_transparent_bg=»» rt_bg_image_repeat=»repeat» rt_bg_size=»cover» rt_bg_position=»right top» rt_bg_attachment=»scroll» rt_bg_video_format=»self-hosted»][vc_column rt_col_paddings=»true» rt_wrp_col_paddings=»false» rt_column_shadow=»» rt_border_top=»» rt_border_bottom=»» rt_border_left=»» rt_border_right=»» rt_border_top_mobile=»» rt_border_bottom_mobile=»» rt_border_left_mobile=»» rt_border_right_mobile=»» rt_bg_image_repeat=»repeat» rt_bg_size=»auto auto» rt_bg_position=»right top» rt_bg_attachment=»scroll»][vc_column_text]Algunas noches de luna irradiante, inundados los muros de la parte antigua de una suave luz plateada y de sombras fantasmagóricas, se escuchan lo que parecen suspiros en la imaginación o una brisa de aire en la razón de quienes pasan a esas horas delante de la mansión de los Cáceres Nidos. Suspiros que semejan gritos de rabia y tristeza contenidas a la par, provenientes de lugares ocultos a la mirada.

Sob a janela da torre do canto, um macaco de pedra, que já ninguém repara, acentua nessas noites a sua careta feroz e imutável, apontando para o local onde se consumou a tragédia que provocou a loucura do seu ciúme, naquela que foi outrora a sua casa, que passará a chamar-se a casa do Macaco por sua causa.

Em tempos há muito esquecidos, vivia ali uma jovem senhora que, no auge da sua juventude, foi forçada pelo seu ambicioso pai a unir o seu destino ao de um cavalheiro com o dobro da sua idade, mas de bom dinheiro e posição. O nobre esposo, no entanto, era de caráter gentil e atencioso, e logo conquistou o coração da mulher, que nada mais desejou, desde o momento em que esqueceu suas reservas diante de seu destino tortuoso, do que dar-lhe um filho para dar o nome da família à sua união.

Mas passaram-se alguns anos e a felicidade do casal transformou-se gradualmente em desespero e amargura, pois o filho tão desejado não chegava. A sua desolação aumentava com as semanas que o marido passava noutras terras para tratar dos seus negócios, deixando a sua jovem esposa numa solidão insuportável.

Para aliviar a dor que viu nela quando partiu e o estado de abandono em que a encontrou quando regressou, o fidalgo trouxe-lhe, como presente de uma das suas viagens, um pequeno macaco, que ela pôde cuidar e ter como fiel companheiro. Mas tal era o desejo da mulher de ser mãe que se comportou como tal com o animal, que até tinha o seu próprio quarto e cama.

Mas o destino é por vezes implacável, e o que era uma solução para um infortúnio transformou-se numa tragédia. Parecia que a solução satisfazia o casal: para ele, por vê-la de novo feliz e cheia de vida; para ela, porque a ilusão venceu a razão e fez o milagre de gozar o que tanto desejava. O marido partiu de novo, desta vez sem medo nem culpa. Desta vez, iria ausentar-se durante meses.

Durante a sua ausência, chegou um dia à vila de Cáceres um forasteiro, cuja aparência deixava transparecer que era abastado, que procurava um lugar para passar a noite antes de prosseguir viagem, mas não o encontrava em nenhuma estalagem. Perguntava aos habitantes para encontrar um lugar onde repousar e descansar do cansaço, preocupado com a noite que se abatia sobre aqueles que não gostavam de dormir ao relento. E assim ficou a saber não só da solidão, mas também da beleza da mulher do mercador. Decidiu tentar a sua sorte e cortejá-la com palavras doces, tão sinceras que ela acabou por aliviar a sua guarda ciumenta da sua honra e do seu estado, e convidou o viajante a passar a noite em sua casa, não ignorando a ausência do marido, como ele desejaria.

Não se ouviu mais nada do namorado ocasional quando ele partiu de manhã, mas a semente do encontro, que tanto a tinha iludido nos braços do marido, acendeu-se inesperadamente nela.

Quando o mestre regressou, a mulher infiel deixou-o na ignorância do episódio, mas não do seu desfecho, cuja notícia recebeu com orgulho e esperança:

- Finalmente vou ter filhos! - gritava ele com alegria.

Não poupa atenções à sua mulher. Deu instruções aos criados para estarem prontos a realizar qualquer desejo que ele quisesse. Transformou salas e quartos... E, preparando-se ansiosamente para o futuro acontecimento, ambos relegaram o macaco para o completo esquecimento.

A sua infelicidade e impotência levaram o animal a esconder-se em qualquer canto onde não se sentisse incomodado, com medo de um dia ser retirado definitivamente das suas vidas. Alimentado pela dor, desenvolveu um ressentimento sombrio e intenso em relação àqueles que outrora lhe tinham dedicado tanto carinho.

O dia chegou finalmente!

Quando a criança nasceu, o macaco compreendeu, na sua fraca razão, o verdadeiro motivo do seu injusto abandono e da perda do afeto da sua dona. Em sua mente tortuosa, a raiva ganhou espaço e, com ela, uma de suas espadas, a vingança.

Pacientemente, procurou uma oportunidade para recuperar o seu lugar no coração dos humanos e, uma manhã, encontrou-a. O berço estava por um momento desprotegido. Aproximou-se e segurou com força o bebé, que começou a chorar nos seus braços.

E não hesitou.

Cego pelo ciúme, atirou o usurpador pela janela do quarto, para a torre do canto, matando-o, na esperança de que com isso retribuísse o favor e o amor dos seus senhores.

Mas não foi assim...

O preto cinge a casa. A felicidade e a esperança fugiram dela para sempre.

O macaco conseguiu escapar àquelas mãos em que procurava o regresso das carícias e que agora compreendia que procuravam a sua morte. Foi procurado e...

Nalgumas noites de lua cheia, ouvem-se em frente à casa do Macaco sons que mais parecem suspiros, gritos de raiva e tristeza contidos como os que choram a ingratidão e o abandono dos seus donos.

 

José Luis Hinojal Santos
caceresensuspiedras.com

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